CAPELANIA ACONSELHAMENTO

CAPELANIA ACONSELHAMENTO

ACONSELHAMENTO CRISTÃO

 

Parte divina – “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11:2).

Parte humana – “Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (Pv 15:22).

“Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11:14).

“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5:2, 3).

Aconselhar pode ser definido como proclamação do perdão dos pecados.

Para um Capelão Evangélico, o aconselhamento é, antes de tudo, a comunicação da Palavra de Deus. No aconselhamento, o Capelão desenvolve diálogo que visa levar a pessoa ao rompimento com a vida nas trevas. No aconselhamento o Capelão utilizará os princípios bíblicos e habilidades diplomáticas para a orientação da conduta e das decisões que a pessoa terá que tomar.

Aconselhar é a arte de ajudar a fazer ver as coisas que não podem ser vistas.

É no entanto, no fazer ver as coisas ocultas aos olhos dos que sofrem que está a arte de ajudar. E a potencialidade conferida a cada um de nós por Deus e a habilidade de discernimento em campos obscuros. “O navegador depende de uma bussula para traçar seu curso. Por que a bússula? Porque ela lhe mostra o rumo. “William Flecher”

 

Aconselhar é como guiar um cego que sabe o que quer, mas não sabe como chegar lá. Assim, o papel do Capelão-conselheiro é ajudar alguém a chegar a algum lugar, num porto seguro, sempre à luz da Palavra de Deus e de um compromisso com as questões eternas.

“O papel do Capelão é semelhante a um clínico geral, que quando não resolve o problema, encaminha para um especialista”.

Tudo é importante: Agenda, construção, administração, mas o Aconselhamento é cura e milagre para as pessoas. Mesmo sabendo que diante de algumas situações teremos que reconhecer a nossa limitação, confiamos na suficiência da GRAÇA de Deus, que opera em nós e através de nós. Devemos seguir o exemplo de Jesus.

 

O Mestre amado fez isso com:

  • A mulher samaritana no poço de Jacó (João 4)
  • Pedro após a ressurreição (João 21:15). Os Apóstolos por diversas vezes –

João 14 e 16

  • Com a mulher de fluxo de sangue e com Jairo (Marcos 5:21).
  • O Mestre parou a multidão para atender apenas um ser que estava sofrendo as angústias e as perdas dessa vida.

“Atender é parar as multidões dos nossos projetos, correrias, reuniões, viagens e dar atenção a quem precisa”.

 

PENSE NISSO

“Será que estamos mais ocupados que Jesus? Ou nos achamos tão importante que não dá para parar? E se a doença chegar? E a morte?”

Por que negligenciamos o Aconselhamento Individualizado?

  • Creio que nós não valorizamos muito o aconselhamento individualizado, porque nós não recorremos a este expediente quando precisamos. Mas todos nós precisamos de aconselhamento, somos pessoas que passamos pelas mais diversas situações. Assim findamos por achar que cada um deve fazer o mesmo.
  • Muitas pessoas também evitam serem aconselhadas pelo medo de se expor, aliada ao grande temor de ter sua vida exposta, pela falta de ética de quem vai aconselhar. Porque não sabemos ouvir, não fomos treinados para isso. “Às vezes, a solução está mais no ouvir do que no falar”.

 

As pessoas necessitam serem ouvidas por dois motivos:

  1. a) Neste mundo elas são um número: RG, CPF, Empresa, Escola, Estatísticas. Não podemos continuar sendo um número no rol de membros ou um valor no rol de dizimistas. É uma questão mais sociológica do que espiritual. David Cho escreveu: “As pessoas neste mundo são um número. Quando vem à igreja querem se sentir gente” (irmão).
  2. b) Vivemos numa época em que as vozes deste mundo nos sufocam, confundem a mente, abalam a alma, embrutecem o espírito, cauterizam a consciência. Pai, filho, marido, esposa, empregado, patrão, professor, televisão, rádio, político, internet, ruídos dos carros, igreja, pastor, liderança, tele-evangelistas – Todo mundo está falando. Mas quem está pronto a escutar? Deus? Sim. Mas através de quem? Do Capelão preparado, fiel a Deus, maduro (a). Se não podemos ou não sabemos, permitamos ao menos

que outros o façam, o bem de pessoas feridas.

 

Recomendações gerais no aconselhamento

- Ouça o suficiente antes de tecer qualquer comentário, conselho ou parecer; não se precipite. Procure a raiz do problema. Faça perguntas adequadas.

- Incentive-o (a) a falar, deixe-o (a) à vontade e seguro (a) para colocar para fora aquilo que o (a) está sufocando. Divida o assunto em partes (família, trabalho, coração, finanças, relacionamentos); faça um mapeamento e defina prioridades.

-Não deixe a espiritualidade em segundo plano, ore e use a Bíblia.

- Cultive a credibilidade moral, espiritual e emocional. Você está sendo

observado.

- Seja sensível, porém não se entregue aos sentimentos alheios.

- Veja no aconselhando um ser em potencial para mudar e ser abençoado por Deus. Não o evite.

- Utilize de diversas ferramentas para extrair informações (perguntas, cartas, inventário, família, comportamento), mas nunca recorra a fofocas. Quem trás também leva, isso pode colocar tudo a perder.

- Planeje a melhor estratégia. Exemplo: Atender o casal em separado, depois juntos, falar com os pais depois com os filhos etc.

-Seja humilde para reconhecer as suas limitações e tentações. Trabalhe em parceria. Exemplo: Aconselhamento Pastoral x Psicoterapia, Serviço Social, Advocacia, Medicina, até mesmo outros conselheiros espirituais etc.

Seja ético com as pessoas que você atender. Não use isso como forma de proselitismo.

Cuidado em compartilhar experiências particulares. Sua vida e intimidades podem ficar na “boca do povo”.

 

Lembre-se:

Aconselhar é diferente de ordenar! Nunca decida por ninguém, e quando emitir uma opinião ou parecer, faça com segurança, não se deve brincar com a vida ou sentimento alheio

 

Conclusão

O exercício da Capelania Evangélica não deve ser feito de qualquer maneira e por qualquer pessoa. Aconselhamento é um instrumento poderoso, uma ferramenta substancial para desfazer os NÓS na vida das pessoas.

O Capelão Evangélico NÃO PODE OPTAR entre aconselhar e não aconselhar, mas pode sim preparar-se para aconselhar bem ou então fazê-lo de maneira despreparada!

O desafio é grande, mas não intransponível. Com a graça de Deus aliada à busca do preparo bíblico, teológico e técnico, poderemos servir a Deus, oferecendo um aconselhamento com qualidade aos que nos procurarem.

 

BIBLIOGRAFIA

 

– Materiais utilizados no Curso de Formação em Capelania CENJ (Capelania Evangélica Nova Jerusalém);

-- SedeeFomedoconhecimentodeCristo. blog.com.br

– Bíblia Sagrada;

– Pesquisas na Web

- Acafebi.com.br

- Oceb.com.br

 

 LITERATURA INDICADA

 

  1. “A Revolução no Voluntariado” – Bill Hybels

Editora Mundo Cristão – SP

  1. “No leito da enfermidade”, “Mal em bem”, “Aconselhamento a pacientes terminais”, “O poder do amor” e “Dor na alma – Depressão – Uma dor que ninguém compreende” – Eleny Vassão -Editora Cultura Cristã.
  2. Rosas de Setembro, Marylyn Willett Heavilin, Candeia, 1989.
  3. Deus sabe que sofremos, Philip Yancey, Vida, 1999.
  4. Mulheres ajudando Mulheres, Elyse Fitzpatrick, CPAD, 2001
  5. Decepcionado com Deus, Philip Yancey, Mundo Cristão, 1996.
  6. Parceiros de Oração, John Maxwell. Editora Betania, 1999.
  7. Igreja: Por que me importar?, Philip Yancey, Editora Sepal, 2000

9. No Leito da Enfermidade, Eleny Vassão, Cultura Cristã, 1997.