CAPELANIA PRISIONAL
O Senhor Jesus em Hebreus 13:3 nos diz: "lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem mal tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os mal tratados".
Com estes ensinamentos o ministério da capelania prisional, entende que o Senhor quer alcançar não somente as pessoas enfermas e em tratamentos nas internações hospitalares, mas também, as pessoas que se encontram internadas em regime prisional.
8.1 OBJETIVO
Inicialmente dar suporte ao trabalho cristão evangelístico de apoio aos internos do sistema penintenciário no tocante ao serviço de capelania prisional, compromisso com a não violência, respeito à vida, solidariedade, relacionamento com os profissionais da segurança (policiais civis e militares), teologia do sofrimento, consolo, noções de aconselhamento cristão e comportamento ético no ambiente prisional, dentre outros.
O presídio é um lugar onde ninguém gostaria de estar, muito menos de saber que existem pessoas que estão lá por motivos variados, todos tipificados no Código Penal Brasileiro, e de acordo com a sentença recebida pelos seus atos, podem cumprir a pena em regime fechado, semiaberto e aberto. Sem dúvida alguma, é um lugar onde as lágrimas rolam todos os dias, pessoas têm sentimentos variados, é um local onde o inferno implanta o seu reino de terror com todo tipo de opressão, depressão, espíritos malignos que rondam as mentes, muitas vezes levando ao suicídio, mortes, fugas e tudo o que tem de ruim por conta da atuação do mal. É um lugar triste de dor e sofrimento onde o ser humano está privado do maior bem que tem – a liberdade. Quando esta lhe é retirada, retira-se também o tempo de vida e este não volta, não há como reverter o tempo perdido, o que se passou em sua vida estará para sempre marcado em seu coração. Restando tão somente que a atuação do Senhor em sua vida possa consolá-lo em Deus.
O posicionamento quanto à atuação da capelania prisional como um grupo interdenominacional de evangélicos desenvolvendo este trabalho, e o de estar constantemente na presença do Senhor, literalmente no óleo do Espírito Santo, preparados para enfrentar todas as retaliações, entendendo que elas poderão vir. Por isso, o capelão prisional precisa ser enviado, comissionado pela Igreja local e trabalhar em unidade com este conjunto maior e com seus pastores, não podendo estar sem cobertura espiritual. Sendo vigilante em oração e jejum, e fechando possíveis brechas que darão legalidade ao diabo para investir contra a Igreja impedindo-a de cumprir o seu chamado.
8.2 TEOLOGIA DO SOFRIMENTO
Neste estudo de teologia do sofrimento, o que mais impressiona é o fato deste sofrimento estar ligado diretamente na contra-mão do versículo que entendo denotar todo o amor que livra do sofrimento eterno: João 3:16 – “...para que todo aquele que nele crê, não pereça...”.
Dentro de um presídio, este sofrimento toma uma forma extremamente cruel, atingindo a alma do preso, a culpa, o arrependimento ou não, o “filme” que fica passando na mente, a dor que corrói internamente, pois nenhum detento está ali em férias da vida ou da família. E esta condição de perecer eternamente é a maior preocupação do capelão no resgate do amor, pois o inferno é eterno. O objetivo, então, é transformar a maldição em benção, a tristeza em alegria, o desespero em calmaria na alma, o sofrimento em consciência do Céu e do inferno, por toda a eternidade. “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. (Mateus 25:46)
8.3 CONSOLO E ACONSELHAMENTO CRISTÃO
No livro de Mateus 25:31-46, todas as maneiras de consolo e aconselhamento cristão estão descritas de forma única e eficaz, e neste condão de entendimentos não há como escapar do julgamento do Senhor acerca do que podíamos fazer e não o fizemos por pura displicência. No presídio, estas situações são muito claras e destacam-se também na ótica de Deus, pois todo o lugar em que colocarmos os nossos pés, ali será terra santa, consagrada ao Senhor. E, dentro de um presídio se tem uma terra muito fértil para consolar e aconselhar numa realidade nunca vista pela sociedade.
Não se tem muito tempo dentro de um presídio para dedicar a essa prática, por isso o capelão precisa estar afiado na Palavra de Deus, para de imediato aplicá-la. Os aconselhamentos são feitos pelas grades, sem contato pessoal com o detento, por esta razão deve-se fazer o melhor que puder, pois aquela oportunidade pode ser a única e última para ele.
A distribuição de Bíblias é de vital importância a todos os internos que assim deseja-la, mas o alvo deve ir além da fronteira do poder fazer superando os limites de pregar, consolar e aconselhar.
Na Palavra do Senhor está escrito com todas as letras de forma muito clara. “não julgueis segundo a aparência, mas julgais segundo a reta justiça” (João 7 :24). A falta de perdão traz tormenta 24h por dia dentro de um presídio. Mas, como ministrar perdão se não o vivenciarmos? Devemos exercer o perdão incondicionalmente. Presídio é lugar de perdão.
8.4 ÉTICA PRISIONAL
Encarar os fatos acerca de uma postura de condenação ou absolvição cabe tão somente às circunstâncias judiciais, se ele ou ela está condenado (a) é porque houve um julgamento e uma sentença judicial que o (a) condenou a cumprir a sua pena. A postura do capelão deve ser a de que ele (a) foi condenado (a) e deverá cumprir a sua pena de forma que a sua dívida com a sociedade seja paga. Porém, como homem/mulher transformado (a) pelo poder de Deus. Essa é a diferença do preso comum para os que se convertem ao Senhor Jesus, eles são homens e mulheres transformados e essa diferença sobressai dos (as) demais detentos (as).
BIBLIOGRAFIA
– Materiais utilizados no Curso de Formação em Capelania CENJ (Capelania Evangélica Nova Jerusalém);
-- SedeeFomedoconhecimentodeCristo. blog.com.br
– Bíblia Sagrada;
– Pesquisas na Web
- Acafebi.com.br
- Oceb.com.br
LITERATURA INDICADA
Editora Mundo Cristão – SP
9. No Leito da Enfermidade, Eleny Vassão, Cultura Cristã, 1997.